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O sonho não acabou!


Ao ler o poema 1968 O sonho não acabou! no livro celebrativo do poeta fluminense /belorizontino Rogério Salgado, por seus 45 anos de versos (um trabalho que revela a serenidade de quem viu voltas e revoltas nesse país e agora busca mais o "sossego" do Tim Maia no Google ou em sua própria residência com suas memórias e experiências), eu me perguntei:

" Será que o sonho ainda não acabou ou terá acabado aquela geração que militava ou era militar, que sonhava com um país cheio de ousadias só vistas numa Cuba, por exemplo, ou batia continência num quartel, ajoelhando-se para algum General se este assim o desejasse?"

Eu nasci um ano após, quando o homem estadunidense pisou na Lua. Minha necessidade de entender o que vim fazer nesse lugar mesmo tendo nascido no lado menos favorecido da sociedade (segundo Allan Kardec) era tão grande (continua sendo) que eu fingia saber ler aos 4 anos de idade. Fui saber sobre a " invasão" da Lua bem depois. Nem parei para me perguntar se era verdade ou mentira. Se todos estavam dizendo que era verdade, então, era.

Desconfio de que, hoje em dia, nós brasileiros acreditamos mais na "conquista" da Lua que os próprios estadunidenses. Particularmente, eu não duvido de nada. Sou mineiro.

Mas e a geração de 1968? Talvez fosse o caso do próprio Rogério Salgado fazer uma palestra sobre suas impressões (refiro-me à geração de 1968 e não a seus livros). Teriam todos sucumbido na desesperança ou vivem a cultivar flores, cuidar dos cachorros e a esperar a segunda vinda do Cristo (ele prometeu e alguém escreveu).

Será que a geração de 68 está a sonhar com seu próprio diário de motocicleta ou se encontrasse Che Guevara pela estrada daria um belo sopapo nele e perguntaria: "E aí bróder", topa tomar um cafezinho lá em casa? Coca-Cola não vai ter porque faz mal, mas o café, dizem as pesquisas, faz bem para o coração.

Daí sairiam cantando pelas montanhas: " Quiero hablar de algo / Adivinar por donde camina / Debe estar dentro de su pecho / O camina por el air." * *Com o descarado auxílio do Google Tradutor, trecho da letra de música “Coração de Estudante”, de Milton Nascimento e Wagner Tiso.


 

Lecy Sousa Licenciado em Letras e autor dos livros “Primeirapessoaplural”, “Rascunhos” e “Poesia fora da curva”. Escrevendo atualmente “Fragmentos Humanos” (diálogos) em parceria com o Professor Marlon Nunes Silva.

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