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A arte de viajar e sobreviver - @lecysousa

Tendo concluído a leitura de “Duas viagens ao Brasil”, escrito por Hans Staden e publicado nos idos (bote idos nisso) de 1557, numa terça-feira de Carnaval – algo tropicalmente sugestivo, o que devo dizer?


Seria legal se todos os brasileiros e brasileiras pudessem ler esse livro, mas é discutível se isso acontecerá nos próximos 500 anos, pelo fato de eu, mesmo, ter tido acesso ao livro em 2013. Considere, ainda, que Hans Staden era um mercenário, curioso, viajando com plano traçado e sem um pingo de juízo, no sentido da temeridade. Um sujeito desbandeirar da Alemanha para uma gigantesca floresta selvagem (na visão dos europeus), no Século XVI, com intuito mais evidentemente comercial só podia ser ou louco, ou um homem cheio de fé em Deus. A propósito, ter fé em Deus ao ser feito prisioneiro por índios Tupinambás, canibais por excelência no trato com seus inimigos, seria uma questão de prudência.


Hans Staden escapou à mingau – e mingau era o que esses indígenas faziam para saborear todas as partes dos infelizes prisioneiros. Inclusive a flora intestinal.


Por um milagre, Hans Staden sobreviveu para contar a história, que muitas gerações devem ter lido com o Hans Staden mesmo ar de espanto que tal livro ainda provoca em quem o lê. Não deixa de ser um impressionante registro histórico da terra brasilis. Segundo o próprio Staden, esse livro é só um aperitivo do que ele vivenciou por essas bandas. É claro que esse relato fez com que os europeus pintassem o Brasil como um ninho de canibais. Na atualidade, não são poucos os que ainda pensam dessa forma.


Dividido em duas partes, trazendo capítulos com títulos quilométricos (uma característica literária daqueles tempos), essa edição da L&PM Pocket Descobertas tem a Introdução escrita por Eduardo Bueno, escritor e jornalista que tanto tem contribuído para desmistificar a gloriosa história da nossa pátria mãe gentil. Lembrando que, em um dos vídeos do seu popularíssimo canal no Youtube, Bueno teve o mindset de afirmar que esse é o livro mais "gostoso" do Brasil...



 

Lecy Sousa é autor dos livros “Primeirapessoaplural” (2008) e“Rascunhos” (2015). Participou da fundação da Academia Contagense de Letras, teve textos selecionados em diversos projetos literários, como o "Projeto Pão e Poesia", "Belô Poético" e a "Antologia 7 Pecados", publicada em Portugal na Feira do Livro de Barcelos. Foi destaque também no Prêmio LiteraCidade 2015. Em 2017 teve o livro "Poesia fora da curva" selecionado para participar da 1ª Edição do Projeto Brisa Poética, criado pela editora paraense "Para.Grafo". Foi convidado a participar da 2ª Bienal do livro da cidade de Contagem promovida pela escola-sítio 4 Elementos. Sua mais recente participação em livro foi na coletânea promovida pela Editora portuguesa Chiado Books com filial no Brasil. Trata-se do livro "Quarentena- Memórias de um país confinado" (disponível para compra em livrarias com a Cultura e a Travessa).


 

ESSE TEXTO FOI ESCRITO POR UM SER HUMANO. SE VOCÊ QUISER COLABORAR PARA O AUTOR CONTINUAR ESCREVENDO,QUALQUER VALOR, ACESSE O PIC PAY ABAIXO. VOCÊ PODE TAMBÉM COMPRAR UM DOS LIVROS DO AUTOR DIVULGADOS NESSE SITE:






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