Uma questão de memória
Aqui, entre o mito e a presença humana, paira-me a lembrança de romances do escritor baiano Jorge Amado. Vários deles marcados pela força de uma fé mixada. Um Brasil de Tupã, Iansã, Jesus, Maria e José. Um Brasil do Senhor do Bonfim. Uma terra de lavar as escadarias das igrejas.
Aqui, um espelho d'água sabido à lagoa da Pampulha e um Arco da Memória feito pelo artista plástico Jorge dos Anjos. Percebam a conexão: Jorge e dos Anjos. Das lendas nascem os medos e fascínios humanos. Mitos e simbologias versus dramas humanos e nossa pressa em amar/odiar. O nosso julgamento raso das dimensões sutis coaduna com nossa ignorância travestida de verdade inexorável. Quanta falta faz a coexistência, sem a frescuragem de planos de dominação.
O diafragma registra a estátua de Iemanjá, o Arco da Memória aos orixás da Umbanda em Belo Horizonte e o poço de indagações humanas a observar. A começar por Jerusalém, que viu nascer em sua pequena extensão territorial três das maiores religiões do mundo. Eu disse três e isso não é novidade e nem blasfêmia alguma.